Liderança, pensamento crítico, comunicação e abordagem “digital” estão entre as quatro habilidades críticas principais do contador, de acordo com Samantha Mansfield, coach especialista que trabalha com contadores sobre como usar liderança, sucesso e competências digitais para obter vantagens no atendimento aos clientes.
Mansfield começou sua carreira ajudando escritórios fiscais e contábeis a encontrar as melhores soluções de tecnologia para seus negócios. Durante os 13 anos em que a tecnologia aumentou sua participação nos fluxos de trabalho de contadores, sua contribuição passou a ser cada vez mais estratégica.
Desde então, conseguiu combinar seu conhecimento digital especializado com estratégias de liderança e negócios para criar treinamentos holísticos que possam ajudar os contadores a desenvolver práticas bem-sucedidas.
4 Competências Digitais Críticas: habilidades do contador
Existem quatro competências críticas digitais e de liderança que os contadores precisam para ter sucesso e prosperar no século 21, explica Mansfield. Essas competências são:
1. Liderança
Liderança é uma área essencial que os contadores precisam incorporar em seus programas de treinamento, de acordo com Mansfield. O princípio fundamental de “liderar da posição que você estiver” significa que qualquer indivíduo – de um profissional em início de carreira a um profissional com mais de 35 anos de experiência – tem a oportunidade de praticar liderança.
Como qualquer competência, a liderança exige que você aprenda, pratique e se aprimore. Os contadores estão em segundo lugar na lista de profissionais mais confiáveis, atrás de médicos, e essa confiança os coloca automaticamente em um papel de liderança com responsabilidades.
Como Daniel Goleman indica em seu best-seller Inteligência Emocional (IE):
“Líderes excepcionais se destacam devido a sua maior autoliderança.”
De fato, a IE tem duas partes distintas: i) autoconsciência; e ii) consciência social ou relacional – e deve-se ter progresso no primeiro item antes de embarcar no segundo.
Tornar-se consciente das próprias emoções, formular uma autoavaliação precisa, controlar as respostas emocionais externas, tomar iniciativa e ser otimista são as principais áreas de autoconsciência que precisam ser praticadas e aperfeiçoadas.
2. Pensamento crítico
Mansfield ouviu de muitos profissionais contábeis nos últimos anos que faltam competências de pensamento crítico aos membros de sua equipe. No entanto, muitas pesquisas, como mostra o Harvard Business Review, mostraram que pensamento crítico é uma das competências mais cobiçadas em novas contratações.
A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas ela não deve substituir nossa necessidade de pensar criticamente. De fato, parece haver mais confiança no resultado da tecnologia do que em sua própria avaliação, às vezes, ou hesitação em ir contra o que o resultado do software está dizendo.
E isso não é apenas um problema para a profissão de contador. Diversas normas recentes não são tão claras em suas orientações e, portanto, é necessário maior avaliação e discernimento.
Empregar competências apropriadas de pensamento crítico, de acordo com Mansfield, inclui a capacidade de perguntar: i) Isso parece adequado para este tipo de negócio ou a situação em que o cliente se encontra? ii) O que preciso fazer para analisar melhor a situação? iii) Posso obter informações mais diversificadas para que alguma predisposição não prejudique as conclusões ou recomendações?
3. Comunicação
Outra competência significativa que Mansfield percebe como essencial para contadores é a comunicação. Mais especificamente, entender a perspectiva do cliente e apresentar ideias a partir dela representam subcompetências dentro desta categoria mais ampla:
- Assumir a perspectiva: se colocar no lugar do cliente para analisar a decisão ou recomendação que você está tomando pode aumentar a eficácia da comunicação de forma praticamente imediata. Além disso, é responsabilidade do contador ajudar o cliente a atingir seus objetivos, diz Mansfield, além de acrescentar que uma das críticas que ouviu várias vezes é que alguns profissionais podem ser diretos demais ou não ter um posicionamento relevante para o cliente;
- Considerar a situação atual das empresas: para se conectar com os clientes, você precisa estabelecer um relacionamento – ou não obterá todas as informações necessárias de um cliente para aconselhá-lo com precisão. Se colocar no lugar do cliente; considerar o problema que estão enfrentando; entender as implicações potenciais da decisão para seus negócios (especialmente quando a importância é tão grande); mostrar empatia com eles sobre como o estresse e a ansiedade da decisão podem impactá-lo – essas são as melhores práticas para ter sucesso ao assumir a perspectiva;
- Apresentar ideias começando com o objetivo final em mente: se você está apresentando uma recomendação a uma diretoria, equipe de gerentes ou indivíduo, é uma boa ideia começar com o objetivo em mente e conectá-lo aos objetivos estabelecidos pelo cliente. Comece inicialmente com a recomendação; explique sua lógica para chegar nela; e, em seguida, conduza o cliente pelo seu processo de análise, para que ele esteja em constante aprendizado e você construa uma relação de confiança. Quanto mais confiança, mais o cliente compartilha e melhor é o seu serviço. Tudo isso é conseguido através de uma comunicação eficaz com os clientes e com os colegas.
4. Abordagem digital
A abordagem digital, como Mansfield descreve, é a capacidade de se adaptar às mudanças e aplicá-las para evoluir o modelo de negócios, área de atuação ou serviço.
Durante esse processo, também é importante entender que a tecnologia é uma ferramenta para sustentar a atividade. De fato, outro aspecto da abordagem digital é aprender a avaliar a tecnologia, entender como ela afeta o fluxo de trabalho dos serviços que você fornece e, finalmente, determinar se a tecnologia realmente atende às suas necessidades.
Por exemplo, entender como tecnologias inovadoras, como inteligência artificial, estão atualmente inseridas no seu fluxo de trabalho e como sua interação com IA pode estabelecer uma predisposição que impacte o resultado é uma necessidade crítica para conseguir alavancar o resultado com sucesso, diz Mansfield.
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Habilidades interpessoais são essenciais para o contador
Essas habilidades interpessoais são de crescente importância para a profissão de contador, pois a tecnologia continua automatizando as atividades transacionais da função contábil, explica Mansfield.
A capacidade de um contador se conectar, se relacionar e comunicar será ainda mais importante no papel de consultor de clientes, ela acrescenta.
Os profissionais de contabilidade precisam se apoiar em suas competências de liderança, pensamento crítico e comunicação e desenvolver uma abordagem digital para capitalizar o valor único que eles têm a oferecer, observa ela, acrescentando que as oportunidades são abundantes, apenas exigem aprimoramento de competências adicionais para fornecer esse conhecimento e valor aos clientes.
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